“Deformação” em fóssil mais completo de Australopiteco pode ser traço natural

Após novas análises do esqueleto de hominídeo mais completo já encontrado, cientistas da Universidade de Nova York, da Universidade da Califórnia em Riverside e do Chaffey College, nos Estados Unidos, elaboraram a uma nova hipótese que pode explicar a “deformação” no antebraço do fóssil.
Chamado de StW 573 (e apelidado de “Pé Pequeno”), o esqueleto de Australopiteco possui 3,67 milhões de anos e foi encontrado em Sterkfontein, na África do Sul, na década de 1990. Uma de suas características mais marcantes é seu antebraço, que é muito curvo.
A princípio, os cientistas que o descobriram desconfiaram que o formato seria resultado de um trauma de infância, como a queda de uma árvore. Para eles, o jovem Australopiteco teria sofrido um arqueamento plástico agudo do antebraço — uma deformidade comum em crianças pequenas, que têm ossos mais elásticos do que os de adultos, após sofrerem quedas traumáticas sobre a mão estendida.
Mas o que mostram as novas análises publicadas na edição de fevereiro de 2021 da Journal of Human Evolution é que a curvatura do antebraço de “Pé Pequeno” era natural.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores dos EUA analisaram uma série de amostras de restos humanos, de hominídeos e de macacos utilizando um método matemático chamado de análise elíptica da forma de Fourier. Além disso, eles também estudaram e compararam casos clínicos de pessoas que têm a patologia.
A nova pesquisa concluiu que a curvatura extrema do antebraço do “Pé Pequeno” se parece com a de orangotangos e reflete um grau natural de curvatura observado em outros macacos e hominídeos primitivos.
Essa característica anatômica natural, que está associada ao uso de membro anteriores na locomoção, também foi encontrada em outros fósseis primitivos, como o do Sahelanthropus tchadensis, datado de mais de 6 milhões de anos e considerado o hominídeo mais antigo. S. tchadensis tinha uma curvatura mais semelhante à dos gorilas.
Galileu
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